Vamos conversar sobre LGBTQIAPN+ ?
Respeito. Igualdade. Reconhecimento. Segurança. Direitos.
LGBTQIAPN+
Esses são alguns dos brados da comunidade que começa a lutar a partir do momento que pisa fora de casa. Às vezes, nem disso precisa. Para alguns, essa batalha começa no próprio seio familiar, dentro da sala, na mesa de jantar, em todo lugar.
São muitos os desafios sociais, emocionais e psicológicos dos LGBTQIAPN+.
Significado de cada sigla
Mas antes de tudo, vamos às apresentações.
Para que não restem dúvidas àqueles que estão buscando conhecer sobre o assunto ou mesmo para os que fazem parte da bandeira, segue uma rápida descrição da atual sigla do movimento:
Mulheres que se atraem por outras mulheres
Homens que se atraem por outros homens
Pessoas que se atraem por homens e mulheres
Pessoas que se identificam como pertencentes ao gênero oposto do seu nascimento
Pessoas que não se identificam com os padrões sociais e podem transitar entre gêneros
Pessoas que, naturalmente, desenvolvem características sexuais que não se encaixam nas noções binárias de masculino e feminino
Pessoas com pouco ou nenhum interesse sexual
Pessoas que se interessam por pessoas, independente da sexualidade ou da identidade de gênero
Pessoas que não se identificam nem com o gênero masculino, nem com o gênero feminino.
Essa é uma sigla viva. Viva como a própria comunidade. E, portanto, pode passar por alterações conforme os estudos sobre gênero e sexualidade evoluem.
PRECONCEITO
Quando pensamos na população LGBTQIAPN+, precisamos pensar numa série de dificuldades características desse grupo.
A bandeira traz consigo, uma diversidade de desafios que devem ser considerados. Para além disso, cada letra traz um mundo em si mesmo. Cada uma dessas letras enfrenta desafios comuns e diferentes entre si. Cada um tem sua luta e todas devem ser respeitadas e acolhidas. É o tal lugar de fala.
Tem um desafio, no entanto, que une todos esses povos e os torna uma comunidade, uma sigla única e potente: o preconceito.
Começa no lar, com a própria família. É vivido, duramente, na escola, através do bullying e do isolamento social. Mais tarde, no ambiente de trabalho, é tratado com segregação, só pode ocupar certas posições e lugares. Ou, até pior, é completamente excluído desse mercado e precisa buscar seu sustento de forma alternativa, como der e vier.
As pesquisas indicam que a população LGBTQIAPN+ que vive em ambientes declaradamente preconceituosos tem um risco até 8 vezes maior de suicídio entre seus jovens. Esses indivíduos estão fortemente propensos a suicídios e doenças cardiovasculares.
Pois é, a luta não para. Se é cansativo ler essa difícil estrada, imagina percorrê-la. Por isso, muitas dessas pessoas chegam à vida adulta calejadas e com os braços cansados. Cansados de tanto lutar pra ter direitos, espaços e oportunidades.
Principais questões:
Mesmo com histórias tão singulares e únicas, através dos atendimentos clínicos e das pesquisas científicas, podemos identificar alguns fatores mais comuns.
Compreendemos que a vivência e a significação desses desafios são particulares, mas dividimos em alguns grupos para facilitar a compreensão:
Baixa representatividade
Baixa visibilidade
Bullying
Dificuldades para desenvolver laços afetivos
Exclusão social
Indiferença social
Rejeição familiar
Autoaceitação
Baixa autoestima
Crenças de desvalor
Isolamento emocional
Medo de julgamento
Medo de se assumir
Baixo desenvolvimento profissional
Desigualdade de acesso aos direitos
Dificuldades para ingresso no mercado de trabalho
Insegurança pública
Pouco acesso à saúde
Preconceito
Profissionais de saúde despreparados para o amparo à população LGBTQIAPN+
Percebe? Essa comunidade tão forte, que transita entre estados de invisibilidade e vulnerabilidade, que passa a vida tentando ser vista e ouvida, quando ganha voz, muitas vezes sente-se julgada, criticada. Sente-se errada, inadequada. Não pertencente.
Busque ajuda!
Cada letra da sigla tem um significado, tem uma bandeira, tem dificuldades e lutas próprias. Damos as mãos e seguimos juntos pedindo todos aqueles brados que iniciaram esse texto, mas seguimos entendendo que, mesmo dentro da nossa comunidade, cada letra carrega uma vivência singular. Cada indivíduo leva consigo uma série de dificuldades únicas.
O que você diria sobre compartilhar um pouco dessa dor? E se fosse possível desenvolver mecanismos para diminuir os efeitos do preconceito vivido desde tão cedo? Criar e fortalecer uma rede de apoio, sentir-se melhor consigo, se aceitar. Mais que se aceitar, celebrar a pessoa incrível que você é.
Pois eu te digo: é extremamente possível. E a terapia é um dos caminhos.