Vamos conversar sobre ansiedade?

Preocupação excessiva

Ansiedade

Incrível como essa expressão se tornou tão presente em nossas vidas, né? Quantas vezes, nos últimos tempos, você já ouviu falar em crise de ansiedade? Muito curiosa a forma como nos preocupamos com o futuro.

E está aí, duas palavras que definem bem a ansiedade: preocupação e futuro.

Esse misto de não saber exatamente o que vai acontecer, com um tempero de aflição sobre o impacto que esses desdobramentos podem nos causar é uma fórmula bem complicada de engolir.

Mas, ok. Até aí, você provavelmente já sabe ou leu em algum lugar. Será que a ansiedade se resume a essa vivência perturbadora do amanhã?

Ansiedade é uma emoção natural...

Pois é. Antes de tudo, a ansiedade é uma emoção típica da experiência humana. Isso mesmo, ela pode ser tão natural quanto sentir-se feliz, triste, confiante, etc.

Costumo brincar com meus pacientes que as emoções são mensageiras das nossas ideias. Nem sempre, a forma como pensamos fica clara em uma situação, mas a maneira como nos sentimos sobre aquilo, tende a aparecer mais. E essa pode ser considerada uma funcionalidade das emoções: nos colocar a par de algo que está bom ou ruim.

Especificamente, a ansiedade tem um papel especial nessa história. 

Em seu funcionamento saudável, um processo ansioso se inicia para que possamos nos preparar para um perigo em potencial. Simples assim. 

Olha que incrível: nosso corpo possui um sistema desenhado para que tenhamos tempo suficiente de pensar em estratégias para lidar com problemas em potencial.

Quando bem regulada, a ansiedade cumpre seu papel em duas etapas:

Primeira Etapa

Pensamos a respeito do problema e mensuramos seu grau de risco...

Segunda Etapa

Pensamos nos recursos que possuímos para lidar com aquilo e traçamos estratégias de enfrentamento

Pronto, quando (e se) a situação se concretizar, teremos tudo alinhado para lidar da melhor forma possível e seguir com nossas vidas. Parece ótimo, não é?

ANSIEDADE PATOLÓGICA

“Mas Vinicius, é muito angustiante. Eu me paraliso, me sinto impotente, não consigo pensar em outra coisa. Essa preocupação me consome demais!”

Nem sempre vai ser tão simples como no exemplo anterior. Tem gente que enfrenta algumas dificuldades nesse mecanismo da ansiedade e aí ela deixa de ser a solução pra qual foi desenhada e passa a se apresentar como um verdadeiro problema. E que problemão!

De modo geral, podemos identificar alguns desafios bem relevantes pra pessoa ansiosa.

Como falamos, existem duas etapas no processo de preocupação: a mensuração do risco e o levantamento dos recursos de enfrentamento. E aqui está o nó da história.

Pro(a) ansioso(a) é muito difícil fazer uma análise assertiva do grau de perigo que o evento apresenta. Tende-se a imaginar um risco maior e mais grave do que realmente é e um grupo de recursos muito inferior ao que, de fato, a pessoa dispõe.

Sintomas de ansiedade

Existem alguns sintomas que ajudam a identificar se a vivência do processo ansioso está intensa demais:

Sintomas Físicos

Taquicardia, dor no peito, tontura, transpiração excessiva, tensão muscular, respiração acelerada ou superficial, boca seca, náusea, diarreia, calafrios.

Sintomas Emocionais

Irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão, cansaço, inquietação, preocupação excessiva, nervosismo, ânsia.

Essas são algumas bandeiras de que um transtorno de ansiedade possa estar em desenvolvimento.

Transtornos de Ansiedade

(CID 10 – F41)

Ansiedade Social

O famoso medo da interação social. Pra essas pessoas, é extremamente angustiante a ideia de conviver em sociedade. Geralmente, preocupa-se muito com a avaliação e julgamento do outro em relação a maneira como se comporta, o que fala, como fala, sua aparência física, etc.

Pânico

O medo de passar mal. Aqui, o foco da preocupação é o próprio bem-estar, geralmente em relação aos sintomas físicos. Uma taquicardia, causada por uma excitação passageira, na mente desse(a) ansioso(a) pode ser tornar um grave problema no coração que precisa de ações imediatas. Costumamos perceber um medo constante de morrer ou perder o controle sobre si mesmo(a).

Agorafobia

Uma necessidade excessiva de segurança. Essas pessoas tendem a evitar ou apresentar desconforto intenso e desproporcional em espaços e situações na qual não se sentem seguras. Por exemplo: multidões, filas, locais públicos abertos ou fechados, transportes públicos, e por aí vai. Em geral, são pessoas que costumam ter grande dificuldade pra se locomover sozinhas.

Estresse pós traumático

Como o nome já diz, tem relação com os traumas vividos. Sintomas físicos e emocionais, geralmente relacionados ao evento traumático, são sentidos fora de contexto ou na ausência de perigo. Também é comum a presença de flashbacks e pensamentos intrusivos sobre o trauma, muitas vezes, aliados à sensação de perigo real.

Ansiedade Generalizada

“Tudo me preocupa!”. Essa é uma frase muito comum pra quem sofre de Transtorno de Ansiedade Generalizada. Nesse caso, o foco da preocupação é exatamente esse: tudo. Para essas pessoas, pensar no futuro, é encontrar perigo, é mensurar riscos e temer desdobramentos. O futuro, nessa visão ansiosa generalizada, é sinônimo de ameaça.

Tratamento para Ansiedade

Existem algumas atitudes que podem ser tomadas em direção a uma maior qualidade de vida.

Hábitos Saudáveis

Tratamento Psicológico

Tratamento Medicamentoso

Em casos mais graves, pode ser necessário buscar ajuda psiquiátrica para um maior equilíbrio dos mecanismos de alerta do Sistema Nervoso Central, responsável por nossas emoções e principal centro de comando do corpo.

Busque ajuda!

Você costuma morar no futuro? Essa pergunta, meio descabida, caracteriza bem a experiência ansiosa. É o tempo onde os ansiosos mais estão: no futuro, no amanhã, no que pode acontecer.

As preocupações não precisam ser tão grandes, tão intensas e paralisantes. É possível se preocupar, sem necessariamente adoecer.

Vamos conversar sobre isso? Eu gostaria de te ajudar.

Vinicius Mello - Doctoralia.com.br
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